Sim, por incrível que pareça, a Rússia interferiu diretamente no resultado das eleições americanas em 2016. Não há mais como negar.
Um relatório assinado pelo FBI (a polícia federal norte-americana), pela CIA (Central de Inteligência do governo dos EUA) e pela NSA (Agência de Segurança Nacional) confirma e ainda oferece detalhes de como o governo russo teria agido para “hackear” as eleições dos Estados Unidos em 2016.
De acordo com o documento, “em julho de 2015, a central de inteligência da Rússia teve acesso às redes do Comitê Nacional Democrático”, isto é, do diretório do Partido Democrata, partido representado nas últimas eleições por Hilary Clinton. Ainda segundo os investigadores, os russos “mantiveram esse acesso até, pelo menos, junho de 2016”.
O relatório ainda diz que o governo russo contou com Guccifer 2.0 e DCLeaks.com, dois grupos hackers americanos, para acessar a rede do DNC e vazar informações sigilosas. A ordem teria partido diretamente do presidente russo, Vladimir Putin, e o objetivo seria “aumentar as chances de eleição do presidente Donald Trump denegrindo quando possível a imagem da secretária Hilary Clinton”.
Nos EUA, o período de votações pode começar até meses antes do “dia oficial” em alguns estados. Na votação final, Donald Trump acabou eleito presidente dos EUA em 8 de novembro após conquistar o número mínimo de delegados exigidos pela lei eleitoral americana. Sua principal rival, a democrata Hilary Clinton, venceu no voto direto.
Apesar de suas 25 páginas, essa ainda é uma versão censurada do relatório completo entregue ao presidente em exercício, Barack Obama, e ao presidente eleito Donald Trump na última semana. Por isso, detalhes de como as invasões aconteceram e suas consequências não foram divulgados, “por segurança”, segundo o FBI.
Após ter acesso ao relatório completo, Obama ordenou, ainda em 2016, a expulsão de 35 diplomatas russos dos EUA. Já Donald Trump disse, nesta sexta-feira, 6, poucas horas antes da divulgação do documento, que se encontrou com líderes das agências de inteligência do país e que a ação da Rússia “teve absolutamente nenhum efeito sobre o resultado das eleições, incluindo o fato de que não houve manipulação de urnas eletrônicas”.
Guerra Cibernética
O governo dos Estados Unidos responsabilizou Vladimir Putin, presidente da Rússia, pelos ciberataques que interferiram nas eleições presidenciais americanas que aconteceram no mês passado. A declaração foi feita na última quinta-feira, 15, pela Casa Branca, que prometeu retaliações, aumentando as tensões entre as duas maiores potências atômicas do mundo.
Obama também comentou o assunto, afirmando que vai reprimir os ataques russos. “Não há dúvidas de que quando um governo estrangeiro tenta violar a integridade das nossas eleições, é preciso adotar ações. Vamos fazer isto, no lugar e momento adequados. Algumas ações poderão ser explícitas e anunciadas e outras, não”, declarou o governante.
Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, insinuou que a Casa Branca tem intenções partidárias ao levantar a questão. “Se a Rússia ou outra entidade realizavam ataques informáticos, por que a Casa Branca esperou tanto tempo para reagir?”, questionou, pelo Twitter.
O governo russo, por sua vez, afirmou que “os absurdos não se baseiam em nenhum fundamento” e que o governo americano “precisa parar de falar sobre isso ou finalmente apresentar algum tipo de prova. Caso contrário, isso parece extremamente indecente”.
E agora, como ficarão as coisas com entre EUA e Rússia. Por um lado Donald Trump não fará nada com relação a esse assunto, principalmente porque ele foi o principal beneficiado. Por outro lado, ficará os EUA a mercê de ações cibernéticas da Rússia ou de qualquer outro país, sem tomar nenhuma ação contra isso? Dificilmente.
É certo que os EUA investirão muito em segurança da informação nos próximos anos.
As Eleições no Brasil
E você? Ainda acha que as eleições no Brasil, através das urnas eletrônicas, são seguras e confiáveis?